sexta-feira, 20 de abril de 2012

Multidões não sabem que o cigarro eleva risco de doenças, diz estudo (Postado por Lucas Pinheiro)

Um enorme contingente de pessoas em vários países ainda não relacionam o risco de ter doenças do coração em decorrência do hábito de fumar e pelo fumo passivo. É o que concluiu um relatório divulgado nesta sexta-feira (20) em um congresso de cardiologia em Dubai.

O relatório, intitulado "Danos cardiovasculares do consumo de tabaco e fumo passivo", foi encomendado pela Federação Mundial do Coração e escrito pelo Projeto Internacional de Controle ao Tabaco (ITC Project, na sigla em inglês), em colaboração com a Iniciativa Sem Tabaco da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo o relatório, metade de todos os fumantes chineses e um terço dos fumantes indianos e vietnamitas não sabem que fumar provoca doenças do coração.

Em uma ampla gama de países, incluindo Índia, Uruguai, Coreia do Sul e Polônia, cerca de metade de todos os fumantes - e mais de 70% de todos os fumantes chineses - não sabem que fumar aumenta o risco de derrames. A pesquisa não abordou a população brasileira.

Fumo passivo
A conscientização do risco do fumo passivo é ainda menor. No Vietnã, quase 90% dos fumantes e não fumantes não sabem que o fumo passivo causa doenças cardiovasculares. Na China, 57% dos fumantes e não fumantes não estão cientes da ligação.

Mesmo em países com sistemas bem desenvolvidos de saúde e regulação de controle do tabaco - como Canadá, Reino Unido, Estados Unidos e Austrália - entre um terço e metade dos fumantes não sabe que o fumo passivo pode prejudicar a saúde cardiovascular.

Segundo o professor Geoffrey T. Fong, da Universidade de Waterloo, no Canadá, e principal autor do Projeto ITC, o relatório faz a relação entre o amplo desconhecimento dos riscos do tabagismo com os altos níveis de prevalência do hábito.

“Nossa pesquisa mostra que os riscos do uso do tabaco para a saúde pulmonar são amplamente aceitos. Mas precisamos atingir o mesmo nível de conhecimento e consciência de que o uso do tabaco pode causar doença cardíaca, acidente vascular cerebral e doença vascular periférica e que o fumo passivo pode causar ataque cardíaco”, afirma.

Fong alerta que os aviso de saúde inseridos em embalagens de cigarro em alguns países não citam os perigos do fumo passivo.

“Aumentar o conhecimento desses riscos específicos de saúde ajudará a incentivar os fumantes a parar e ajudar os não-fumantes a se protegerem. Portanto, a sensibilização é um passo importante na redução da exposição das pessoas à fumaça do tabaco", reitera.

Dados alarmantes
A exposição ao fumo passivo aumenta o risco de doenças cardíacas em 25% e mais de 87% das mortes de adultos em todo o mundo causadas pelo fumo passivo são atribuíveis à doenças cardiovasculares, segundo o relatório.

A doença cardiovascular é a principal causa mundial de morte no mundo, matando 17,3 milhões de pessoas a cada ano. Ao todo, 80% destas mortes ocorrem em países de baixa e média renda, que estão cada vez mais sendo alvo da indústria do tabaco.

O uso do tabaco e a exposição ao fumo passivo provoca cerca de um décimo de todas as mortes por doenças cardiovasculares. Mesmo fumar alguns cigarros por dia aumenta significativamente o risco de ter essa doença, diz o relatório.

Douglas Bettcher, diretor da iniciativa da OMS, observou que o relatório fornece prova conclusiva de que o nível de informação sobre os males cardiovasculares do uso do tabaco e do fumo passivo ainda é insuficiente e, portanto, campanhas de mídia de massa e avisos são urgentemente necessários.

“Espero que este relatório aumente o senso de urgência dos líderes mundiais e da comunidade de saúde pública (...). Isso significará a diferença entre a vida e a morte de quase seis milhões de pessoas a cada ano", alerta.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Governo anuncia R$ 505 milhões para tratamento de câncer pelo SUS (Postado por Lucas Pinheiro)

O Ministério da Saúde anunciou na manhã desta quarta-feira (18) o investimento de R$ 505 milhões nos próximos cinco anos, nas redes de unidades para tratamento de câncer no Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o governo também vai estimular a produção nacional de medicamentos de tratamento e combate ao câncer.

Segundo o ministério, R$ 325 milhões serão usados para melhorar a infraestrutura de 32 hospitais que já tratam a doença e para construir 48 novas unidades.

Além disso, R$ 180 milhões vão para comprar 80 aceleradores lineares, que são usados para a radioterapia -- um dos tratamentos contra o câncer.

“Vamos adquirir 80 aceleradores nucleares para radioterapia no período de cinco anos”, informou Padilha. Conforme o ministro, a medida vai aumentar o acesso à radioterapia no país, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, para mais 28.800 pacientes.

Medicamentos
Além do investimento em radioterapia e infraestrutura, o ministério anunciou também uma parceria entre laboratórios públicos e privados para produção de um medicamento usado contra a leucemia mieloide crônica -- uma doença que atinge mais adultos, mas que é muito agressiva nos raros casos infantis. O remédio é o mesilato de imatinibe, que tem um custo que pode chegar a R$ 11 mil por caixa (com 30 comprimidos).

Segundo o acordo, os laboratórios particulares EMS, Laborvida, Cristália, Globe Química e Alfa Rio vão transferir tecnológica para os públicos Farmanguinhos e Instituto Vital Brasil.

Segundo Padilha, sete mil brasileiros são portadores da doença. Destes, seis mil recebem atendimento na rede pública com medicamentos importados. Com a parceria, o governo deve economizar R$ 70 milhões ao ano.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

País terá 95 hospitais para aborto de anencéfalos ainda em 2012, diz Saúde (Postado por Lucas Pinheiro)

O Brasil possui atualmente 65 hospitais da rede pública que estão qualificados para realizar aborto de fetos anencéfalos, de acordo com o Ministério da Saúde. Ainda segundo o governo, até o final do ano serão mais 30 unidades, totalizando 95 locais pelo país.

Os locais não são divulgados devido ao temor de represálias às pacientes e à equipe médica que realiza o procedimento. A informação é repassada à gestante durante atendimento na rede do Sistema Único de Saúde (SUS).

Esses hospitais, que já realizavam interrupções de gravidez em casos de estupro e risco à vida da mãe, passarão também a receber grávidas de fetos sem cérebro que optaram pelo aborto com assistência médica.

Nesta quinta-feira (12), o Supremo Tribunal Federal (STF) legalizou a interrupção da gravidez nesses casos. Após dois dias de debates, os ministros definiram que o aborto em caso de anencefalia não é crime por 8 votos a 2.

A decisão passa a valer após a publicação no "Diário de Justiça". Para a maioria do plenário do STF, obrigar a mulher manter a gravidez diante do diagnóstico de anencefalia implica em risco à saúde física e psicológica. Aliado ao sofrimento da gestante, o principal argumento para permitir a interrupção da gestação nesses casos foi a impossibilidade de sobrevida do feto fora do útero.

Unidades
De acordo com o governo federal, o estado de São Paulo é o que mais concentra unidades de atendimento atualmente (11, sendo quatro na capital paulista), seguido do Ceará (9), Minas Gerais e Pernambuco (5 hospitais em cada).

Os dois únicos estados sem hospitais autorizados a fazer interrupções de gravidez pelo SUS são Roraima e Paraná, mas o Ministério afirma que eles serão contemplados até o fim do ano.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Quase metade da população está acima do peso, diz Saúde (Postado por Lucas Pinheiro)

Pesquisa divulgada nesta terça-feira (10) pelo Ministério da Saúde revela que quase metade da população brasileira está acima do peso. De acordo com o estudo, o percentual passou de 42,7% em 2006, para 48,5% em 2011. No mesmo período, a proporção de obesos subiu de 11,4% para 15,8%.

Segundo o ministro Alexandre Padilha, um dos fatores do aumento do excesso de peso e da obesidade no Brasil é o consumo de alimentos gordurosos. Os dados revelam que 34,6% dos brasileiros comem em excesso carnes com gordura e mais da metade da população (56,9%) bebe leite integral regularmente.

Além disso, 29,8% dos brasileiros consomem refrigerantes pelo menos cinco vezes por semana. Por outro lado, apenas 20,2% ingere a quantidade recomendada pela Organização Mundial de Saúde de cinco ou mais porções por dia de frutas e hortaliças.

Os números são da pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), que coletou informações nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal.

O levantamento, divulgado anualmente pelo ministério desde 2006, traz um diagnóstico da saúde do brasileiro a partir de questionamentos sobre os hábitos da população, como tabagismo, consumo abusivo de bebidas alcoólicas, alimentação e atividade física. Em 2011 foram entrevistadas 54.144 pessoas de janeiro a dezembro.

“Alimentar-se bem é o primeiro passo para ter uma qualidade de vida saudável. Temos que ter maior oferta de produtos industrializados saudáveis. No tocante aos supermercados, o objetivo é colocar produtos saudáveis mais visíveis, como o leite desnatado”, afirmou Padilha, na coletiva de imprensa em que os dados foram apresentados.

A pesquisa revela que as mulheres comem mais frutas e hortaliças, enquanto os homens comem mais carne com excesso de gordura. Quem tem mais de 12 anos de escolaridade tende consumir mais frutas e hortaliças, de acordo com o levantamento.

Apesar de "comer pior", os homens se exercitam mais do que as mulheres. Segundo a pesquisa, 39,6% dos homens fazem exercícios com regularidade. Entre as mulheres, a frequência é de 22,4%. O percentual de homens sedentários no Brasil passou de 16% em 2009 para 14,1% em 2011.

De acordo com o Ministério da Saúde, o sedentarismo aumenta com a idade. Entre homens entre 18 e 24 anos, 60,1% praticam exercícios. Esse percentual reduz para menos da metade aos 65 anos (27,5%). Entre mulheres de 25 a 45 anos, 24,6% se exercitam regularmente. A proporção é de apenas 18,9% entre mulheres com mais de 65 anos.

Critérios
O Ministério da Saúde considera "acima do peso" as pessoas com um IMC (Índice de Massa Corporal) mais alto que 25, segundo a assessoria de imprensa. O IMC é calculado dividindo o peso pela altura ao quadrado. Acima de 30 no IMC faz a pessoa ser considerada "obesa".

“Existe uma tendência de aumento do peso e obesidade no país. Agora é a hora de virar o jogo para não chegarmos a países como os Estados Unidos, que tem mais de 20% de sua população obesa”, afirmou o ministro da Saúde.

Ele citou acordos feitos no ano passado entre o governo e a indústria de alimentos e escolas para a redução de sal e gordura na comida. O ministro defendeu ainda a criação de "espaços de saúde", com máquinas para exercícios em áreas públicas.

O levantamento revela que o sobrepeso é maior entre a população masculina. Mais da metade dos homens – 52,6% – está acima do peso ideal, enquanto 44,7% das mulheres apresentam sobrepeso.

A pesquisa do Ministério da Saúde mostra ainda que o excesso de peso entre homens começa na juventude. Entre os que têm entre 18 e 24 anos, 29,4% já estão acima do peso. Na faixa etária entre 25 e 34, 55% da população masculina apresenta excesso de peso. A porcentagem sobe para 63% na faixa etária entre 35 e 45 anos.

Já entre mulheres jovens (entre 18 e 24 anos), 25,4% apresentam sobrepeso. A proporção aumenta para 39,9% na faixa etária entre 25 e 34 anos, e mais que dobra entre brasileiras de 45 a 54 anos (55,9).

“Uma parte dessa tendência do aumento de peso que é que temos mais pessoas entre 18 e 24 anos com excesso de peso e obesidade. Agir sobre as crianças e adolescentes é fundamental para prevenir uma população obesa”, afirmou o ministro.

Capitais
Segundo o Ministério da Saúde, Porto Alegre é a capital que possui a maior quantidade de pessoas com excesso de peso (55,4%), seguida por Fortaleza (53,7) e Maceió (53,1). Na outra ponta da lista, com a menor proporção de pessoas com sobrepeso, estão São Luís (39,8%), Palmas (40,3%), Teresina (44,5%) e Aracaju (44,5%).

São Paulo apresenta 47,9% de pessoas com excesso de peso. A proporção no Rio de Janeiro é de 49,6%, e no Distrito Federal é de 49,1%.

A capital com mais obesos é Macapá (21,4%), seguida por Porto Alegre (19,6%), Natal (18,5%) e Fortaleza (18,4%). As capitais com menor quantidade de obesos são: Palmas (12,5%), Teresina (12,8) e São Luís (12,9%).

Em São Paulo, a proporção de obesos é de 15,5%; no Rio de Janeiro o percentual é de 16,5%; e no Distrito Federal os obesos representam 15% da população.

Pontos positivos
Se, por um lado, o avanço da obesidade preocupa, por outro, a queda do tabagismo é vista como um ponto positivo pelo Ministério. No mesmo levantamento, a taxa de fumantes ficou em 14,8% – é a primeira vez que o número cai para menos de 15%. O número de fumantes pesados – que fumam mais de 20 cigarros por dia – também caiu e está em 4,3%.

O governo também comemorou o crescimento do número de exames de mamografia feitos por mulheres com entre 50 e 69 anos de 2007 até agora.

“Na minha avaliação, tanto a questão do tabagismo quanto da mamografia mostram que o povo brasileiro adere sim às medidas de acesso à saúde”, apontou Padilha.